Costumamos dizer que estamos sofrendo de depressão pós-encontro quando fazemos o caminho de volta de nossas viagens. A sensação em voltar à realidade depois de um ENECOM é tempo de tristeza e melancolia, e a adaptação é difícil. Sempre queremos mais. Talvez esta sensação também descreva o fim da Semana de Democratização da Comunicação. Nos dedicamos à ela um mês de nossas vidas, sonhando com um evento grandioso.
Apesar dos desencontros e quedas de convidados*, 22 pessoas contribuíram com os debates de forma rica. Pesquisadores, estudantes e militantes dos movimentos sociais falaram de mídia, democracia, direitos humanos, identidade, mercado, sociedade e luta. Foram 7 mesas, uma oficina, um filme, uma reunião e dois saraus que contribuíram com nossa visão de mundo. Um ritmo intenso de troca de ideias, contextos, opiniões e informações. Crescimento humano.
O público é sempre menor do que desejamos, gostaríamos que todos viessem conosco, claro. Mas a participação compensou. Descobrimos que debates calorosos viciam e que a verdadeira diversidade de ideias está ligada à comunicação. A democracia só é feita com o embate, a discussão. Para isso todos têm que ter o mesmo espaço no mundo, a grande aldeia global em que nos localizamos, a mídia. Acreditamos demais nessas ideias de liberdade. Desalienação. Queremos liberdade. Abrir a mente e pensar que a informação está escondida e a verdade nos é omitida todos os dias.
Estamos abertos à opiniões, críticas, ideias, projetos, parcerias e troca de conhecimento. Nossa filosofia é simples: cremos que só somos fortes, juntos.
* Falha burocrática que nos desanimou e impediu, de última hora, que dois palestrantes ‘importados’ não viessem: André Vieira, ex-militante da ENECOS, formando em jornalismo pela UFAL e hoje mestrando em Comunicação pela UFRJ e militante do Intervozes. Tipo, o cara que melhor poderia nos explicar milhares de coisas sobre o movimento pela democratização da comunicação do Brasil, o que ele é e foi. E queridíssimo ainda por cima.
E Elaine Tavares, jornalista de Santa Catarina que deu à luz a magnífica teoria do jornalismo libertador, que defende o jornalista como participante da história a ser narrada. Defende também o povo e os movimentos sociais em belíssimos artigos publicados semanalmente no jornal Brasil de Fato. Uma pena. Enfim, coisas da UFMT.
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